"A solidez e a firmeza da verdade de Cristo se enche de doçura da doação de um Deus que é só Amor!”
(Pe Marcos Chagas)

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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
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Caro Filoteu

Feliz ano novo. Mas, o que faz um ano ser novo? Apenas a passagem de um ano para o outro, onde fogos e tanta festa, emoção e comemoração vão dando os ritmos da celebração? Ano novo: quando haverá? O que faz um ano ser novo? - repito a pergunta. Toda passagem de ano quer oferecer um ponto de partida para o ano novo, um ponto de chegada para o fim de um ano que se vai

O tempo não perdoa, ele passa. E o que se vai fazer com o tempo que se vai? A crise do tempo parece tão implacável! As pessoas sem tempo, as pessoas tão cheias de coisas para fazer e para ter. E para ser? E para viver a gratuidade da vida? Sei lá! Acho importante não querer ser o super-herói, o máquina, o faz-tudo, o resolve-tudo ou o gênio da lâmpada de Aladim. É bom saber-se limitado e fraco, necessitado do Outro e dos outros. É bom entender que estamos na busca, somos peregrinos, não somos turistas. Não estamos caminhando em meio a garantias, para seguranças totais que o progresso ou as conquistas humanas nos proporcionem. Somente a verdade plena, a beleza incriada, a bondade sem limites poderá dar um sentido à essa busca, ao peregrinar entendido não como passos dados na direção do nada, mas visualizando pela fé um TUDO que nos aguarda e nos envolve no agora. Descobrir-se como peregrino! Descobrir-se como pessoa, como andarilho, como construtor de si. Sob a lamparina da fé, vamos dando passos, pouco a pouco. Ante a escuridão do que não sabemos ou do que não podemos, vamos tateando, usando com coragem e humildade as ferramentas que o Criador nos deu para resolver problemas, achar soluções, gerar progresso, ampliar horizontes, aproximar pessoas, fazer a vida prosperar. Mas, não é só isso! Há que se buscar um sentido para o viver, dar passos no encontro com uma felicidade que não é sinônimo de facilidade e está sendo dada por aquele projeto de vida que se realiza na loucura da cruz e se desdobra nos valores radicais do sermão da montanha.

Ano novo! Tempo novo! Onde no relativismo e na ótica da provisoriedade o eterno e o absoluto tornaram-se absurdos, os cristãos são chamados a viver a profecia do para sempre! Sim, a eternidade é só o desaguar de um peregrinar, de passos dados no rumo deste eterno que nos aguarda e nos envolve, nos convoca e compromete. Quem se agarra ao que passa, desesperado verá passar o que se apegou e passará também junto. Quem busca o que permanece verá quão breve é esta vida e, de fato, há tanto o que esperar, não perderá o sentido da liberdade genuína e escreverá na vida presente uma história que não será um amontoado de fatos e realizações. Será uma história de salvação! Sim, uma história onde deixamos Deus nos salvar, deixamos Deus nos alcançar e libertar sobretudo de nós mesmos. Ah sim: eis um ano novo. Um ano novo que não será um mero "Cronos" (um tempo medido, contado pelo relógio e pelo calendário), mas um Kairós (um tempo da graça, um tempo de salvação, tempo da ação de Deus).
Não perca tempo, caro Filoteu! Tempo, dizem os capitalistas, é dinheiro! Mas, para quem crê e ama, tempo é eternidade em possibilidade. E quantas possibilidades se escondem no tempo vivido com esta sabedoria que a fé nos convida a assumir para viver.

Eis o ano novo que te desejo! Feliz 2014 na perspectiva do Dia Eterno que Deus tem preparado para nós!
Um abraço e bênção do padre.
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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Nazaré: um itinerário para 2014 e para sempre....

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A Palavra de Deus nos relata que Nazaré era o lugar onde residia Maria, a grande escolhida para ser a Mãe de Jesus, nosso Senhor e Salvador. 

"..o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré" (Lc 1, 26).

Sabe-se que não era uma grande coisa esta cidade, este lugarejo, melhor dizendo, onde residia esta jovem, desconhecida e simples, bem do povo. Hoje, sabemos tantas coisas sobre Ela e quão especial é a sua pessoa e o seu papel no plano divino. Sobre ela, a grande profecia de Isaías se cumpriu:

"Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel, que significa Deus está conosco" (Is 7, 14 e Mt 1, 23).



José, da casa de Davi, era um carpinteiro e, pelo que se sabe residia também em Nazaré. Sobre ele, pobre operário, homem justo (que quer dizer santo) [veja Mt 1, 19], nada de tão extraordinário se pode falar. Vivia aquela vidinha de operário e homem de fé. Vidinha! será? Não! Não era vidinha. Vamos em frente...



Depois que Jesus nasceu, lá em Belém, lá na manjedoura, junto de um boi e jumento (se tinha mais animais e menos que isso, não se sabe: só se sabe que lá os animais estavam). "Não havia lugar para eles na hospedaria" (Lc 2, 7). É o que João, o discípulo amado, dirá com palavras mais teológicas: 

"Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram (a Palavra, pois...) a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe como Filho unigênito, cheio de graça e verdade" (Jo 1, 11.14).

E para visitar o pequeno menino a Bíblia nos conta que o primeiro anúncio feito pelos anjos foi dirigido aos pastores, gente pobre, simples, até mesmo um pessoal marginalizado. Sei não! Só pobreza, só simplicidade, só pequenez, escondimento!

Voltemos para Nazaré, ou melhor, vamos a Nazaré! Conta a Palavra de Deus que, após o retorno do Egito, ....

José retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: "Ele será chamado nazareno" (Mt 2, 22-23).



Os textos falam que existe uma eleição de Deus sobre este lugar. Foi lá que Jesus crescia em sabedoria, idade e graça diante de Deus e diante dos homens. Em Nazaré, junto a Maria e a José. Acho que aqui pegamos um caminho muito seguro para o novo ano, para este ser cristão, para deixar a vida divina crescer em nós e frutificar. Para isso acontecer é preciso mergulhar neste mistério de Nazaré feito de silêncio (de paradas para ouvir a Deus, para refletir, estudar, meditar), de oração (de união com Deus para viver a sua vontade), de trabalho (da vida disciplinada, de serviço, de ação), de vida familiar (fraterna, afetuosa, respeitosa). E a vida em Nazaré é feita não de uma pesada rotina, mas de uma sadia disciplina, onde as mesmas coisas de sempre vão assumindo um significado todo renovado a cada momento, a cada dia, a cada semana e mês, a cada ano que passa. As mesmas coisas de sempre trazem a marca de uma novidade sempre renovada do Emanuel no meio de nós, dentro de nós, "crescendo" em nós com sua graça, com sua luz, com sua bênção e providência. As mesmas coisas de sempre nos levam a viver a mística do quotidiano onde o ordinário é sempre um grande extra-ordinário. 

Tão desprezada esta Nazaré! Mas tão preciosa aos olhos de Deus e aos olhos de todos quantos descobriram a beleza encantadora da eterna novidade e os imensos tesouros escondidos nestas coisinhas da vida ou daquelas mesmas coisas que fazem parte de nossa caminhada diária.

Que seja feliz este ano novo de 2014, cheio de Nazaré na tua vida, caro Filoteu!


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As pessoas do Natal

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Os personagens do Natal, ou melhor, as pessoas que entram na cena do Natal são várias e cada uma tem algo a nos dizer. Ajudaram a refletir sobre minhas atitudes, as nossas atitudes para com o menino que vem. De fato, por um lado existem escolhas radicais e totais, sem reservas de amor e de cuidado para com a pessoa de Jesus; de outro lado o perseguidor Herodes e os que não acolheram o Senhor e não ofereceram lugar para eles.



Penso em Maria, penso em José. São protótipos dos mais autênticos, efetivos e afetuosos discípulos do Senhor. Cuidam de Jesus com zelo, com um amor imenso. 
Ante as precariedades e desafios dos primeiros dias do Verbo encarnado, na gruta de Belém, na fuga para o Egito, contemplo agradecido a capacidade de iniciativa e proteção que José teve para com as pupilas do Pai celeste que foram Jesus e Maria. Aquele humilde carpinteiro, obediente às revelações divinas feitas pelo anjo, não hesita e fazer o que deve e ser essa presença visível do provedor. Olho para José, o homem justo, o homem casto e humilde, a serviço do crescimento do Verbo. É maravilhoso o quanto Jesus se deixa amar, cuidar por esse homem tão particular, tão caro a Deus. Foi feito chefe da casa de Deus, logo Ele, o único a trazer em sua alma a marca do pecado original.



Outra pessoa que entra em cena é Maria, a mulher sacrário do Verbo encarnado. Nela, o mistério acontece e se manifesta. Toda silêncio e contemplação, a Virgem se joga nos braços de Deus e deixa que Ele faça nela e através dela a sua obra de salvação. Ela, a serva do Senhor, está a serviço da Palavra. Na pobreza e na humildade, Maria se deixa formar e conduzir. Ao mesmo tempo alimenta a vida divina que é Jesus, esse mesmo Jesus que se entrega sem reservas a Ela. Diz a Palavra de Deus que Jesus era submisso a Maria e a José. A Santa Mãe de Deus refulge como um ícone luminoso de uma adesão generosa a um projeto que a supera, onde tudo conspira e converge para tirar o homem culpado de sua perdição e escuridão. Para os homens de boa vontade sempre haverá paz! São Leão Magno em seus sermões diz: "O Natal do Senhor é natal da paz". 



A poucos dias celebramos, precisamente no dia 27 deste mês, o apóstolo João. Este apóstolo tinha uma visão sobre si mesmo bastante densa e essencial. Ele cria e assumia com toda convicção que sua dignidade e seu valor estava no ser discípulo amado de Jesus. Creio eu, que também Maria e José viveram essa identidade tão profunda e esse diferencial de altíssima qualidade. Penso nos pastores que foram até Belém, convidados e convocados pelos anjos. Lá foram contemplar o mistério, não somente ouvir a Palavra, mas sobretudo contemplá-la. Aquele Menino que é Deus com o Pai e o Espírito Santo, fala com eloquência o quanto o Senhor gosta de estar conosco. E os pastores se enchem de alegria, falam a todos o que acontecem, tornam-se missionários, testemunhas. 



Uma figura sinistra entra em cena: Herodes. Não há limites na sua ambição e o poder é idolatrado ao ponto que eliminar qualquer suspeito é para ele uma obsessão. Quando recordamos dia 28, os santos inocentes, foi possível ter uma noção até que ponto sua crueldade é sem limites. Herodes é uma eterna lembrança de que há pessoas que são indiferentes à vida divina, rejeitam-na e até procuram destruí-la. Ser Herodes hoje significa por-se contra Deus, afastar as pessoas de Deus, criar uma mentalidade ou propor atitudes que tira Deus das pessoas. 

Estas pessoas entram em cena na vida do Senhor que vem, da vida do menino pobre que é Filho do Altíssimo, consubstancial ao Pai. Não são meros personagens de um filme de ficção. São atores e atuam nessa história em que Jesus é o centro, mas as atitudes para com Jesus revelam muito quem são as pessoas.



Hoje, é possível ser José, Maria e pastores sendo aqueles que cuidam da vida divina para que ela cresça e seja acolhida pelos outros. Hoje é possível ser Herodes e perseguir a vida divina. São atitudes e gestos que repercutirão fortemente na eternidade. O Senhor vem hoje, vem a cada dia e somos postos diante dele, nossas atitudes, nossas opções serão sempre uma resposta que dirá quem somos.  Ainda o papa São Leão Magno nos exorta:

Amados filhos, demos graças a Deus Pai, por seu Filho, no Espírito Santo; pois, na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós. [...]. Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne. Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que  participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que cabeça e de que corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o reino de Deus. Pelo sacramento do batismo, te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de Cristo.
Bem, acho que este santo doutor falou e disse!
Um abraço e que todos os dias do ano novo seja esse natal cheio dos sentimentos e atitudes de Maria, José, dos pastores.

Feliz Natal!


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domingo, 13 de outubro de 2013

CONSCIÊNCIA: UMA FORMAÇÃO E UMA CONSTRUÇÃO NO CHÃO DA VERDADE

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Oi Filoteu!

"Na intimidade de sua consciência, o homem descobre uma lei. Ele não cria essa lei; deve obedecê-la. Ele é chamado a
1. Fazer o bem
2.  Evitar o mal
no momento oportuno a voz desta lei soa aos ouvidos do coração.

N É uma lei inscrita por Deus no coração do homem ". (CIC 75, § 1776).

Ora, é preciso ter idéias claras a respeito da consciência, formada a partir do Evangelho, da revelação de Deus para colher de Deus, de sua sabedoria e providência o que é o bem e o mal.

Não é fácil formar essa consciência, bem esclarecida ante uma situação tão variada de opiniões, visões de mundo, concepções, racionalizações (e tantas vezes meras opiniões sem raciocínio). Tal variedade brota tantas vezes do relativismo que faz as pessoas mudarem de opinião, de terem valores hoje que amanhã não serão mais valores. Um jogo de conveniências, de oportunismos, de vantagens, de modas ou um mosaico enorme de tantas ideias põe em discussão toda estabilidade e permanência da verdade. "o que é a verdade?", a famosa pergunta do pragmático Pôncio Pilatos ante um Cristo padecente, parece uma realidade que vai se desdobrando no comportamento das pessoas. 
Quem formar uma concepção de bem e de mal à luz da verdade estável e definitiva da revelação divina feita por Jesus, com certeza terá que ter coragem. Não ausência de medo, mas ter a coragem de vencer os seus medos, dando nome a eles. Ninguém é dono da verdade, mas deve estar à serviço dela, buscá-la e nela viver. Mais: testemunhá-la! Nada melhor e mais sublime para torná-la convincente e atraente. Imagine só os cristãos que morreram mártires para defendê-la! Eram irresistíveis! Eram fascinantes! Eram particularmente contundentes e desconcertantes. Ninguém tem coragem de morrer por uma causa se nela não colocar sua mais profunda convicção de ser um valor e algo a ser defendido tão radicalmente.
Ora, a consciência é essa voz acolhida, defendida, cultivada, zelosamente testemunhada. E aí? E quando os valores que guiam e iluminam essa consciência, quando soa a voz da verdade estável e definitiva, irretocável, jamais adulterada, em nenhuma hipótese relativizada, então a voz se faz lei. Não uma lei que são somente regras para cumprir, mas diretrizes, pistas, luzes, tudo para fazer a pessoa um ser livre e por isso feliz. Não de uma felicidade vaga, abstrata, mas centrada na clareza luminosa e transfiguradora da verdade. Uma verdade que gera liberdade. O que é liberdade? Fazer o que se quer? Depende em que consiste esse querer! Se querer significa escolher o bem e o melhor, sintoma de uma alguém que se possui e não vive a mercê dos próprios caprichos, egoísmos e impulsos cegos ou inconscientes, então esse querer é sólido, é livre. Se o querer é o contrário, então não é livre. Santo Agostinho explica que liberdade é a capacidade de escolher o bem e o melhor. A possibilidade de escolher entre o mal e o bem, a isso se chama "livre arbítrio". Liberdade, ensina o grande bispo é o livre arbítrio libertado. 
Qual verdade é verdade? ora, aquela que é o ser de cada coisa, de cada pessoa: a essência de cada um. Não o que se pensa que seja, mas o que se é! A verdade, portanto, não é relativa, mas poliédrica. Pode-se vê-la dos mais diversos ângulos, mas é sempre a mesma. E a consciência, a voz de Deus, abre perspectivas inusitadas para um alçar voo sempre mais seguro, cheio de autodomínio e tanta graça para os altos horizontes, sublimes alturas. Consciência que é tal sacrário, guarda do que há mais sagrada na vida de uma pessoa. 
Fica essa reflexão que foi se construindo, talvez despretensiosamente à sombra do pensamento clássico da Igreja, presente no seu catecismo.
Um abraço para você, caro Filoteu!





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sábado, 7 de setembro de 2013

Serviço e sacrifício no seguimento do Senhor. A mensagem dura e libertadora do Evangelho

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Oi Filoteu

  Tanto o evangelho do domingo passado quanto este nos põem diante da nossa verdade. Aquilo que não nos pertence e está apenas sob a nossa administração, sob os nossos cuidados exige que saibamos tratá-los como tal. Não nos pertence! Vangloriar-se com as coisas dos outros é r-i-d-í-c-u-l-o! Gabar-se dos dons de Deus e fazer ostentação, exibir-se com eles é uma mentira descarada e escancarada. E quando isso leva as pessoas a comparar-se com os outros e impor-se, isso é insensatez, burrice. 
      Ora, dom é presente, é dádiva no aqui e no agora, é ferramenta não para guardar para si, mas para partilhar com os outros. Assim sendo, humilde é quem, na consciência das próprias qualidades, se coloca a serviço de todos, buscando o verdadeiro bem das pessoas. Vive em estado de atenção, vive em alerta, vigilância para que o bem possa ser feito e nada de mal aconteça. Claro, na medida do possível! Na medida em que tais iniciativas fizer parte da sua missão! Eis que o bem deve ser feito, sem ver a quem, mas com discernimento e bom-senso. Não o que se quer fazer de bom, de útil e até de santo, mas que não é da vontade de Deus. Quem é humilde cria laços, constrói pontes, demole muros e tece uma teia de comunhão e participação que só pode gerar felicidade onde quer que esteja e o que quer que faça. Não é por nada que o autor do Eclesiástico ensina:

   " ...aos humildes que ele (Deus) revela seus mistérios. Pois grande é o poder do Senhor, mas ele é glorificado pelos humildes" (Eclo 3, 20-21). 
     
      Jesus não tolerava distintivos que consagram e sacralizam as elites religiosas, proibiu títulos de honra (mestre, pai, guia, cf. Mt 23, 8-10) e alertava para que ninguém seguisse o caminho dos escribas que "se comprazem em andar de roupas compridas e gostam das saudações nas praças públicas, das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes" (Lc 20, 46). É aqui que todos precisam ter claro que a Igreja é chamada a ser serva da humanidade, essa mesma Igreja formada por membros humanos, mas, e por isso mesmo, no seguimento de Jesus, também ele humano, sem deixar de ser divino. Não tem sentido o carreirismo  a busca de títulos, a primazia, a carreira, a primazia, os aplausos, os reconhecimentos e por aí vamos. Jesus, cabeça da Igreja disse: "Eu estou no meio de vós como aquele que serve". 



        Sabe Filoteu, o cristianismo não é um caminho de triunfos fáceis, de soluções mágicas, de uma prosperidade suspeita e irresponsável para com os outros, de vida cômoda, de um compromisso mesquinho ou inexistente indiferença com o verdadeiro bem de todos. Não é caminho de facilidades, mas de felicidade. O evangelho deste domingo nos propõe renúncia, espírito de sacrifício e desapego. Eis as condições para seguir Jesus. Palavras que parecem ter sumido dos dicionários vitais e existenciais. Não é cristã a chamada "teologia da prosperidade". 
      Para arrematar, Jesus afirma:
      Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo.(...); qualquer um de vós, se não renunciar tudo o que tem, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 27.33b). 
       Desapego não é desprezo, nem amor que dizer dependência. O desapego é desprendimento, não colocar coisa alguma, pessoa que seja, acima dos interesses do Reino e Cristo Jesus, encarnação deste Reino. 
       Palavra dura, exigente, sem dúvida. Exatamente por isso, palavra libertadora de toda adoração de si, de todo comodismo e indiferença egoísta. O amor verdadeiro sai de si e se dá. Amar é ofertar-se na generosidade das coisas concretas do dia a dia. 
            Fica essa proposta de Cristo para seus discípulos. 
            Um abraço para ti, Filoteu.
            
        
         

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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Intercessão dos santos: pistas da eternidade

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 Oi Filoteu

    A intercessão dos santos se dá no fato que, desde os primórdios do cristianismo a oração de uns pelos outros é sempre um ato de fé, dinamiza a caridade no corpo místico de Cristo. Desde o início, pedia-se aos que iam morrer mártires que orassem no céu por seus irmãos que ainda iam permanecer na terra. Com efeito, como diz Paulo, só há um mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus. De fato, todos os cristãos, membros da Igreja, fazem parte do "corpo místico de Cristo". Assim sendo são "cristos" não por natureza, mas por participação Daquele que é o único Cristo. Por conseguinte, ninguém é mediador por si mesmo, mas por participação na mediação de Cristo, o único mediador. Não é uma questão de alguém esteja ocupando o lugar do Filho de Deus. Só Ele, Jesus, é Filho em senso pleno. Mas, nós também o somos, filhos por adoção, filhos por participação. Quando a Virgem Maria reza e os demais santos do paraíso também, eles são intercessores, mediadores por participação. Isto é grande riqueza! Imensa beleza, grandeza para nossa natureza. 


   João nos narra no apocalipse que os eleitos louvam a Deus: "E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças". Apocalipse 5:11-12. Mais adiante em Apc 6, 10, João nos mostra que os eleitos do paraíso rezam, intercedendo pelos seus irmãos: "Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra?". Então, os bem-aventurados do paraíso intercedem? O texto bíblico afirma isso. Eles estão vivos diante de Deus? Resposta afirmativa. Ao bom ladrão, que pedia misericórdia, Jesus afirma que ainda hoje ele estaria no paraíso (ver Lc 23, 42). Note-se, que estaria no paraíso não somente por ocasião da vinda última do Senhor, mas naquele mesmo dia em que pedia misericórdia.

   Um abraço para ti, Filoteu.
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sábado, 31 de agosto de 2013

A nova Lei: o Espirito Santo agindo no cristão.

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Oi Filoteu

  Pensei em postar um pensamento de Santo Tomás.  Segundo ele, "a nova Lei se identifica seja com a pessoa mesma do Espírito Santo, seja com a atividade que ele exercita em nós". É uma lei que o Espírito Santo consuma-aperfeiçoa em nós, ou seja, estamos de um princípio de ação, um dinamismo novo, é uma mentalidade infusa. Continua o santo: "O Espírito Santo não somente ilumina o intelecto sobre as escolhas do bem evangélico, mas inclina também a vontade à ação...: por isso, e ilumina a mente e move a vontade". 

Uma ação de Deus que conta com a colaboração humana e age através da liberdade humana. Lei nova não é uma mera observância de preceitos, mas princípios, vontade livre, livre-arbítrio libertado, onde cada vez mais entra em cena e em jogo a capacidade de escolher não só entre o mal e o bem, mas entre o bem e o melhor.

Desejo isso para ti, caro Filoteu e que o Espírito Santo te conduza nesta estrada de liberdade, através da tua vontade e da tua inteligência.

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