Oi Filoteu!
Hoje, no rastro do combate espiritual, tenho uma proposta bem simples e bem
concreta para que venças o mal e vivas uma vida serena e feliz. Tantas coisas podem ser bem feitas e tantos ideais podem ser assumidos e assimilados sem maiores atropelos se existir verdadeira liberdade interior. E quer saber? A liberdade interior começa sempre, sempre mesmo a partir de coisas pequenas, simples, diárias. Aquelas mesmas coisas que não podem ser medidas, contadas, avaliadas só com os olhos da razão ou dos metros e pesos da nossa humanidade limitada. Um olhar de eternidade, um olhar onde o valor de todas as coisas é medido pelo muito amor em viver cada coisa, em cada gesto, em cada atitude, em cada pensamento, em cada palavra. “O homem vê a aparência e Deus vê o coração” (1Sm 16, 7). Pois é, por isso, eu coloquei um ícone bem esquisito. Diferente mesmo. O Menino Jesus parece que está de óculos escuros, mas na verdade ele não tem olhos! Vixe!?! E aí, como é que ele enxerga? Aí está a originalidade do quadro: JESUS OLHA COM O CORAÇÃO! E a
Virgem se impressiona e fica pasma diante desta realidade tão sublime! E então?
João XXIII, um papa muito bondoso, um gordinho prá lá de simpático, um homem de visão e de profunda abertura aos outros e a todo mundo, nos deixou uns mandamentos da serenidade. Deixo postado aqui para que leias e penses no que ele deixou para nós.
1. Só por hoje tratarei de viver exclusivamente este meu dia, sem querer resolver o problema da minha vida, todo de uma vez.
Ficarei neste por enquanto. Os outros nove mandamentos da serenidade virão nas próximas postagens. Imaginaste, Filoteu, o quanto tem gente que se esquenta demais com os problemas do “futuro”? Nem se sabe bem se estes problemas acontecerão, mas que tem uma porção de pessoas que “morrem de vésperas” que nem peru de natal, ah, isso é verdade. Por isso, precisamos, digamos...., EVITAR SOFRIMENTO INÚTEIS. A propósito, Jesus fez um sermão sobre isso, aquele, na montanha. Entre coisas várias ele ensinou que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá também ele sua preocupação própria. Basta a cada dia a sua dor de cabeça (ver Mt 6, 34). Por isso, viver o momento presente não desprezar o passado, esquecendo-o como se fosse um vilão, um poço de dor, ou um cesto de lixo. Fazer memória dos pontos positivos ou conquistas e ponto fracos ou fracassos do passado é um reavaliar tudo com maturidade, tentando crescer com tudo e aprender lições para o futuro. A mesma coisa se diga com o futuro: devemos sempre construí-lo, preparar-nos para ele, mas sem neuras, sem ânsias que denotem insegurança, desconfiança que sejam sinônimos de exageros ou destemperos. Há que se cultivar a esperança, a confiança e ao mesmo tempo forte senso de iniciativa, de trabalho, serviço, criatividade, parceria com os outros, abandono nas mãos de Deus. Entenda bem, Filoteu: nada de parasitismo! Ensinam os santos (Inácio de Loyola e Francisco de Sales: só gente boa!): “Faça tudo como se tudo dependesse de ti e depois entrega tudo a Deus como se tudo dependesse de Deus”. Cabeça fria e coração quente! Na cabeça uma geladeira e no coração, um fogão. Problemas? Sempre teremos, mas cabe-nos enfrentar um de cada vez ou tentar resolver de forma razoável e equilibrada cada desafio ou dificuldade. Pedir a ajuda de Deus e fazer o que dá pra fazer: façamos o possível e se for o caso, Deus fará o impossível. Entre seus peixinhos e seus poucos pães e o Mestre se encarregará do resto.
Um abraço e bênção do padre.
sábado, 2 de julho de 2011
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