sábado, 14 de julho de 2012
Felicidade que não é facilidade, alegria que não é euforia
Oi Filoteu!
Estou no acampamento de Belo Horizonte. No frio da noite escrevo uma experiência que vivi com os jovens na missa. A primeira leitura que fala da vocação de Isaías, nos descreve um homem com medo, sentindo-se incapaz para profetizar, pequeno e fraco ante a missão que Deus o convida a viver.
Falei para os jovens na missa que Deus nos purifica e capacita para que possamos viver a missão que ele nos convida a viver. Não é presunção ser profeta, mas vocação, se Deus a este fulano chamou e elegeu. Pois bem, vai ser caminho de felicidade que não é caminho de facilidade. Já viste profeta ter vida fácil: Nunquinha! No dia de são nunca, é bom dizer. Ser testemunha de algo que nos supera, do chamado a ser feliz, de levar uma mensagem de um Outro para os outros, é próprio dos profetas. Deus sempre purifica, arranca das certezas e seguranças humanas, Ele nos mostra a sujeira e imperfeição que há em nosso coração para uma obra de liberdade e de libertação de tudo aquilo que é empecilho, toda pedra no caminho.
O profeta é queimado por uma tenaz, é purificado e pode falar. Deus também queima a nossa vida com o fogo do seu Espírito Santo e falaremos não só com nossos lábios, como também com a nossa vida para testemunhar. "Hoje, as pessoas escutam mais as testemunhas que os mestres e se escutam os mestres é porque eles são testemunhas", assim dizia Paulo VI na sua encíclica "Evangelii Nuntiandi". Desafio elevado à enésima potência, portanto, coisa de gente corajosa e decidida. Ah, lembrete do ouvi num filme: Coragem não é ausência do medo, mas mesmo com medo continuar ir em frente".
Tanta coragem... para responder ao apelo divino: "Quem irá por nós e quem irá a nosso favor - e o profeta responde-me "aqui estou, envia-me". Deus não precisa de nada e de ninguém. Mas, quer precisar. Quer contar conosco! Quer nos fazer participantes do desejo de salvar a humanidade, tão grande quanto ele! Alegria grande,com certeza, mas não euforia vazia, passageira. Felicidade que cresce na medida em que se gasta a vida, se doa a existência, se consome as energias e se faz da própria vida um dom, um dom generosamente ofertado.
Um abraço Filoteu
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