"Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco" (Mc 6, 31).
Oi Filoteu
Essa palavra é um convite importante. Jesus tinha uma vida bem puxada, carregada de compromissos, o povo não dava trégua pois como diz o mesmo versículo "Havia muita gente chegando e saindo". Não dava pra parar e, mesmo assim, Jesus convida os seus apóstolos a parar um pouco. Não somos máquinas, nem o Reino vai pra frente pelo muito que se faz, mas pela intensidade do nosso amor, da caridade que dá força e ânimo renovado para fazer a vontade do Pai. A vida oculta de Jesus nos lembra isso. Olhando um tanto superficialmente, até parece que aqueles trinta anos de Jesus em Nazaré foi "tempo perdido". Bem que ele poderia já estar pregando e fazendo milagres pra cima e pra baixo naquela Palestina, não é mesmo? Mas, lá estava Ele anos a fio, obediente a José e a Maria naquele escondimento de sua vida oculta. Pois é Filoteu, Deus não mede a força salvífica das nossas vidas pelo tanto que a gente faz, mas na adesão generosa e livre, sincera e pacífica em fazer sua vontade. O Pai celeste não entra na mentalidade produtivista e pragmática da sociedade capitalista. Somos chamados a ser livres também para viver também aquela compaixão que nos leva a buscar a felicidade dos outros. E, maior felicidade não podemos dar aos outros que um encontro com Deus, a salvação oferecida por Cristo chegando através de nós na vida dos indivíduos amados pela Trindade: eis algo que é só a poeira sideral. Pois bem, movido por estes sentimentos de caridade e desejo de salvação na vida das pessoas é que Jesus, ao lado da necessidade de descanso, doa-se, entrega-se, oferta-se.
"Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão porque eram como ovelhas sem pastor. Começou a ensinar-lhes muitas coisas" (Mc 6, 34).
Ensinar, transmitir a verdade. Seja essa a nossa missão, uma continuação da missão de Jesus. Ninguém é dono da verdade, mas servidor da verdade, essa verdade que é Cristo Jesus Nosso Senhor.
Um abraço Filoteu e Deus te faça seu instrumento.