Oi Filoteu!
Pensei fazer uma nova edição do quinto mandamento dos "mandamentos da serenidade" do papa João XXIII. Desisti da idéia e resolvi dar um novo rumo, com essa nova postagem sobre o mesmo tema.
Só pra refrescar a memória, o quinto mandamento da serenidade é:
"SÓ POR HOJE, DEDICAREI DEZ MINUTOS DO MEU TEMPO A UMA BOA LEITURA, LEMBRANDO-ME QUE ASSIM COMO É PRECISO COMER PARA SUSTENTAR MEU CORPO, ASSIM TAMBÉM A LEITURA É NECESSÁRIA PARA ALIMENTAR A MINHA ALMA"
Não sei porquê, mas resolvi insistir no tema. A turma parece meio desmotivada para a leitura. Não sei de preciso, mas, com essa postagem quero dar minha pequena contribuição a respeito de tão importante tema. Sim, o gosto de ler, de desbravar veredas, iluminar-se com boas idéias, abrir caminhos, descobrir coisas novas, conhecer, aprender, saber, colher elementos para criar, inventar, tudo isso é um tesouro de grande valor. É só a fina flor do abacaterol! Realiza e satisfaz. Estamos diante do tesouro de conhecimento que a humanidade já acumulou em sua longa história, acrescentado por novas mentes pensantes, novos experimentadores, novos criadores de idéias, formuladores de outras soluções ou aperfeiçoadores e desenvolvedores de soluções brotadas de mentes geniais ou inteligentes que os precederam.
Só que, é bom lembrar o seguinte: além de contribuir com os outros, existe um fator crucial na vida de quem lê, de quem aprende, quer saber, investiga e reflete: ENRIQUECE A SI MESMO!!!. Sim, o primeiro que sai com lucro é nada mais, nada menos que TU MESMO!!! Caramba! Isso é só o tchekslovekybite e o tchruinaites juntos!. Por isso, ler é caminho irrenunciável, imperdível para o crescimento pessoal e, por consequência, para a contribuição que pode ser dada por tal leitor dedicado. Como João XXIII diz, a leitura alimenta a alma. Tua psiquê se nutre, desenvolve potencialidades e capacidades latentes. Um caminho de superação maravilhosamente se abre. No princípio é meio pesado: Há que se criar o hábito da leitura, do estudo. Começar e manter, com certeza, exige disciplina. Essa mesma disciplina é a que faz vencer as tantas tentações, superar mas hábitos e outras coisas ruins que deixam a mente na morgação preguiçosa, de ficar só no passa tempo de tanta coisa que a TV, a internet ou os joguinhos eletrônicos oferecem (nada contra eles, entende bem, mas critico os excessos e as fissurações dos verminosos descontrolados e viciados!!). Mas, depois quando se pega um ritmo, a coisa segue, evolue, o gosto e o prazer acontecem.
Em uma das edições da revista "Veja", na capa, foi escrito algo que me deixou bem esperançoso. Trascrevo para que tu leias e saibas:
"A razão POR QUE a leitura parece estar em baixa é que estamos em plena era da internet. Só parece. Pois o que se vê é a multiplicação de jovens que gostam de LER, reconhecendo que um bom texto AINDA É, para a vida pessoal e profissional, um instrumento DECISIVO" (Capa da edição 2217, ano 44, n. 20, 18 de maio de 2011).
Na carta ao leitor, da mesma edição da revista citada, (pág. 15), o editor cita um dos grande leitores e escritores que a humanidade tem notícia: Santo Agostinho de Hipona, o grande bispo e doutor que viveu entre os séculos IV e V. Faço parte do fã clube dele. Diz o texto que o grande escritor foi o que descobriu ser possível ler sem enunciar as palavras, pois até então, os textos eram murmurados assim como fazem as crianças recém-alfabetizadas. Na sua conversão, Agostinho, nos narra em suas confissões que no difícil processo que o levou a abraçar o cristianismo vive uma experiência muito forte de Deus: "Por quanto tempo andarei a clamar: Amanhã, amanha?" Uma voz ao longe cantava e repetia frequentes vezes: "Toma e lê; toma e lê". Leu e dessa leitura da Escritura mudou sua vida: para sempre e de forma marcante, ao ponto de marcar também a vida da humanidade. Ainda que mais de 1.600 anos tenham se passado, depois que Agostinho pegou e leu, milhões de pessoas continuam lendo e fazem disso uma fonte de prazer, de aperfeiçoamento profissional e acrescentaria ao editor, de santificação pessoal também. E como!!! Em pleno resplandecer da era digital, ler continua sendo essencial e agradável, gostoso, envolvente. Contam-se entre os jovens, uma galerona ávida, quer dizer, doida por leitura. A turma descobriu esse prazer!
É claro que nem tudo o que cai na rede é peixe, nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que se escreve é bom, é útil nem muito menos verdadeiro. Nem tudo que se publica é construtivo e não veio para necessariamente iluminar. Entretanto, não é preciso ficar espantado, nem muito menos escandalizado com esse fato. Estamos em uma sociedade pluralista, onde as diferenças se multiplicam vertiginosamente. Os critérios de certo e errado se tornaram bem subjetivos. Daí, é preciso correr atrás de coisas boas, de livros bons que formem, informem, alimentem a alma como o papa bom nos ensina. Não basta encher a pança, mas também a alma, a inteligência, a capacidade de raciocínio, de reflexão. Se os músculos do corpo precisam de movimento, a massa cinzenta também! Mas, o qual é o alimento oferecido a essa massa cinzenta, ou seja, para nós mesmos? Por isso, galera, discernimento e bom senso é importante para que se alimente em nós os valores genuinamente cristãos. É preciso cultivar a verdade, amá-la, difundi-la de um jeito cativante, atraente! Onde está a beleza na escrita? A beleza, dizia o filósofo Platão, é o esplendor da verdade! No romance de Dostojevskij, entitulado "o Idiota", sensivelmente no seu momento central, o jovem nihilista Hipólito, em tom ao mesmo tempo irônico e desesperado, lança a significativa questão ao príncipe Mysckin, o herói que dá o título à obra:

Essa é uma pergunta que exige ser aprofundada: QUAL BELEZA SALVARÁ O MUNDO? Essa beleza carece ser conhecida. É preciso fazê-la brilhar! Todos sejam atingidos pelo brilho desta beleza! Que venham os escritores de livros, os colaboradores com artigos bons para as revistas formativas cristãs, que entrem na net os blogueiros, os alimentadores de sites, os twitteros, os facebookeros (acho que inventei essa palavra!! rsrsrs!), em suma, é fundamental invadir esse meio para que, como diz Pedro, o apóstolo, sejamos capazes de dar as razões da nossa fé. É preciso, portanto, "dar as razões da própria fé a todo aquele que a pede" (1Pd 3,15).

"O Senhor não nos chamou a ser um sucesso. O Senhor nos chamou a ser fiéis".

Um abraço para ti, Filoteu, leitor e investigador da sabedoria.