Oi Filoteu!
Hoje comento contigo o quarto mandamento da serenidade. Está faltando o
terceiro mandamento, mas ele virá também. Não me esqueci dele. Como sabes, esses mandamentos da serenidade são da autoria do papa João XXIII. Diz ele:
Só por hoje me adaptarei às circunstâncias sem pretender que as circunstâncias se adaptem todas aos meus desejos
Uma das características da pessoa humana é a flexibilidade e adaptabilidade. Isso quer dizer o homem se adapta bem aos mais diversos contextos, ambientes. Consegue estabelecer contatos e conviver com os mais diversos tipos de gente. Entretanto, para que todo esse potencial seja bem utilizado, é preciso esforço. É preciso coragem, abertura, uma boa dose de boa vontade para que, essa tal adaptabilidade seja coroada de êxito. E isso, ou seja, esse treino já começa da criação dos meninos e meninas. É terrível quando na criação, os pais fazem tudo o que os pimpolhos desejam. Formam-se crianças mimadas, egoístas, incapazes de lidar com a frustração e por isso com baixa capacidade de se adaptar, levando os outros e as circunstâncias a se adaptarem aos seus próprios caprichos, vontades, impertinências, vaidades, pontos de vista e outras coisas mais. Por isso mesmo, Filoteu, não estou aqui a dizer que se deva renunciar a tudo o que se sente ou se quer, mas quando não há um equilíbrio na satisfação dos desejos e projetos, quando as pessoas não se abrem à renúncia, não sabem perder, não querem “largar o osso”, então tudo complica, tudo se “estrumbica”. É a tal da “síndrome da kid Abelha”: “Hum, quero você como eu quero”. Lembra da música? Pois é!
Devemos buscar a desafiante e desinstaladora “LIBERDADE INTERIOR”. Sem ela, fatalmente seremos escravos de nós mesmos, apegados à nossa vontade, sem essa capacidade de lançar-se, de vencer-se, de superar-se, de abrir-se aos outros, de viver integralmente esse doar-se, esse dar lugar ao outro, servir despretensiosamente. Isso não é um anular-se acachapante, isso não é um desistir de si, morrendo como uma pobre vítima arrasada e destruída, pessoa frustrada e depenada. Não é isso, absolutamente! Quem vive essa capacidade de adaptação em nenhuma hipótese se sentirá o fracassado ou
prejudicado, quem vive no prejuízo. Saberá, viver com os outros, partilhando, construindo em parceria, vivendo em comunhão, aprendendo com os outros, dando sua contribuição e enriquecendo-se com a contribuição dos outros.Lembra-te do exemplo do rio quando encontra a montanha. Longe de ser um impedimento, a montanha é uma desculpa para o rio encontrar o seu caminho e se encontrar com o mar, jogando-se naquela plenitude. Um difícil caminho de autoconstrução, pois exige um sair de si, mas um itinerário seguro, pois afinal, somos seres comunitários e sociais. E junto com os outros, em parceria com as demais pessoas poderemos somar e multiplicar e nunca diminuir e dividir. O dividir só tem sentido se for para enriquecer os outros e fazê-los crescer. No fim das contas, crescemos nós também e nos saímos bem, também. O princípio da assertividade é esse: “Buscar o bem do outro, tanto quanto se busca o próprio bem”. Jesus já havia ensinado: “ama teu próximo como a ti mesmo”.
Um abraço e bênção!
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Flexibilidade e adaptabilidade: um caminho seguro para o bem viver
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MARAVILHOSO TEXTO PADRE!!!!!!!
MUUITO LAGAL MESMO!!!!!!!!!!