No primeiro dia do ano, a liturgia da Igreja nos apresenta Maria, Mãe de Deus para ser cultuada como ícone do mistério de Deus. Dom grandíssimo nos é oferecido por Deus. Dom que Deus fez de si mesmo a Ela e que Ela não guardou para Si. Êta Mãezona! Faz gosto ver o quanto o mistério de Deus encontrou nela um "espaço" aberto, amplo, arejado, bonito, perfumado, acolhedor. Com certeza, Ela é muito especial, mas não é nada "espacial", isto é, não está tão longe de nós. Há uma dica: "Maria guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração" (Lc 2, 19).
Eu, ou melhor, a Mãe de Deus te dá essa dica: não deixar escapar nada e observar a ação de Deus em sua Palavra na Bíblia, nos acontecimentos, na vida da Igreja, na vida das pessoas, em tua própria vida. Não deixar escapar nada e assumir uma postura contemplativa. Abrir os olhos e ver, não o que queres ver, mas o que Deus te faz ver. Que tal? Impossível? Não digas isso, nem mesmo penses assim. Na medida em que a graça divina for encontrando essa abertura, fruto de uma liberdade interior consistente, fica sabendo que também tu, caro Filoteu, viverás uma aventura única, particularíssima e tão necessária: serás tu mãe de Deus acolhendo essa Palavra que se revela e dando-a aos outros com generosidade e amor.
Voltarei a esse tema.
Fica em paz!
Pe. Marcos.