Certo fulano disse a um bispo: “sabe Sr. Bispo, acho que o melhor é viver a oração do cachorro”. E o bispo perguntou curioso: “E como é essa oração?” Ao que o dito fulano disse: “é estar sempre aos pés do dono e acolher o osso que ele nos dá”. Gostei dessa historinha. É bastante provocatória, cutuca a gente. Pensei que Deus sempre espera ter esses amigos que, à semelhança daqueles bons cães de guarda, cuidam da sua casa, defendendo-a dos ladrões, dão a vida pelo dono, submetem-se a desconfortos e perigos por causa de seu grande amor por seus proprietários e deixam-se cuidar afetuosamente. Tornam-se afetuosos e fieis. Adestrados, são capazes de aprender tantas coisas. Ah, eles também pastoreiam as ovelhas do rebanho do qual seus proprietários são pastores. Aqui vem um conceito importante, a respeito desses caninos. São também pastores, ou melhor, colaboram com a missão do seu dono que é O Pastor. Colaboradores, eis o que fazem esses animais. Podem ser também cães de caça. Claro, que o Divino Caçador (entendam a forma figurada de falar) vai à caça não para matar, mas para salvar, resgatar, trazer de volta quem se perdeu. E que tal o cão de caça colaborar? Pelo visto, esse bicho tem várias utilidades, está bem ligado à vida de seu proprietário. Não são poucos os momentos de aconchego do cachorro com seu querido patrão. Fico imaginando! Há também cachorros traiçoeiros, às vezes mordem o dono ou fazem brincadeiras grosseiras e também os que fogem de casa.
Não gosto de gatos. Perdoem-me os que gostam dos bichanos. Mas, os felinos se apegam à casa, não ao dono, são interesseiros. São animais egoístas e oportunistas. Não dão a vida pelo dono, nem guardam a casa. Se a casa começar a incendiar, não tenham dúvida, eles escapam para a casa vizinha. Se os donos se metem em apuros, eles com certeza não correrão riscos. Enquanto seus proprietários lhe são úteis eles gostam deles, se não, eles somem. Miau para eles!
Deus nos ajude a sermos bons cães, fiéis cachorros seus. Se alguma vez nosso Divino Dono parece se esquecer de nós, permaneçamos ali, firmes, na sua casa, a seus pés. Se a comida dada é apenas um osso, não desanimemos por não ser ração das melhores. Ele sabe o que dá para seu fiel servidor e cuidador de sua casa. Ante a tentação da debandada, quando a fidelidade parece escassear, tentar ser bom cachorro para Deus é algo a se desejar e pedir que nos seja concedido viver o que nos é pedido. Livre-nos Deus sermos gatos interesseiros, passivos, egoístas e oportunistas em sua casa. Quando Valdique Soriano (nem sei se a escrita está correta), um cantor brega de uns tempos faz, cantou a música “Eu não sou cachorro não” ele bem que estava certo. Não somos cachorros (e nem devemos ser tratados como tais), somos humanos. Mas, a tal da oração do cachorro, de estar perto do dono e cuidar de seus interesses, isso bem que nos faz dizer (como metáfora, claro): Quero ser cachorro sim, quero ser o guarda da casa de Deus e ajudante no pastoreio de suas ovelhas; Quero ser cuidado por Ele, meu fiel Dono, de quem quero ser fiel cão. Amém, au au!
Gostei muito da oração do cachorro!